Especialistas trouxeram perspectivas técnicas e institucionais sobre o novo cenário tributário para informar o setor e as empresas ligadas.
O vice-presidente da Área Jurídica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Fernando Guedes, foi um dos palestrantes. As mudanças na reforma tributária para o ramo da construção civil são positivas. Quem diz é o superintendente de Economia da CNI, Mario Sergio Telles. Ele trouxe perspectivas técnicas e institucionais sobre o novo cenário tributário para a palestra “Impactos da Reforma Tributária na Indústria da Construção”, realizada pelo Sistema FIERGS, na manhã desta segunda-feira, 19, no Salão de Convenções da FIERGS.
“Ela vai fazer com que seja possível que as empresas tenham um aumento de produtividade, fazendo uma construção mais industrializada, com mais estruturas metálicas, de modo que o efeito sobre o setor tenha uma aceleração grande”, explica Telles.
Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) evidencia que, em 15 anos após a aprovação da reforma, o PIB da indústria da construção deve estar 19,5% maior do que estaria se a reforma não tivesse sido feita, lembra Telles. “É muito positivo para o setor, que vai ter que se preparar. É uma mudança de conceito, a construção vai ter que sair desse modo de produção muito artesanal que tem hoje para uma construção mais industrializada, mas isso vai trazer benefícios para os empresários e para a população como um todo”, acrescenta.
Advogados, engenheiros, empresários e contadores que atuam no setor da construção civil reuniram-se no evento para ouvir a importância de fortalecer a competitividade da indústria nesse novo momento. As palestras contaram, também, com falas do vice-presidente da Área Jurídica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Fernando Guedes.
Telles tratou da reforma tributária e as suas nuances, explicando o modelo de tributação IVA dual, divisão entre o CBS, entre o IBS, e as formas de tributação. Para ele, a oportunidade de falar para os empresários sobre a reforma tributária e como vai afetar as empresas é essencial. “O principal já foi aprovado, então agora é o momento de introduzir as empresas a se prepararem para o que já está aprovado. É importante levar essas informações para os empresários”, diz.
Guedes, da CNI, explicou como a reforma deve ser aplicada diretamente ao setor da indústria da construção civil. Ele coordena o comitê de análise dentro da CNI, e fez toda a interlocução do programa junto ao Senado e aos órgãos que estavam discutindo a reforma.
A iniciativa, com apoio do Conselho da Indústria da Construção (Consic) e do Conselho Técnico de Assuntos Tributários, Legais e Cíveis (Contec), teve por objetivo informar o setor e as empresas ligadas à indústria sobre os reais impactos da reforma, afirma Claudio Teitelbaum, vice-presidente da FIERGS e organizador do evento.
“A gente vem de um sistema simplificado de tributação, que é o Regime Especial de Tributação (RET). A partir da reforma tributária, se criam algumas complexidades e algumas incertezas, parte a cargo nacional, o CBS, parte subnacional, estadual e municipal, que é o IBS. A gente está começando um ciclo de informação para poder preparar a indústria da construção para a correta aplicação a partir do ano que vem”, explica.